Se você ainda não conhece Machado de Assis, está perdendo a chance de entender o que faz da literatura brasileira um fenômeno mundial. Nascido em 1839, no Rio de Janeiro, ele saiu da marginalidade para se tornar o primeiro escritor brasileiro a ser reconhecido internacionalmente. A história dele é mais que um currículo; é um convite para quem gosta de narrativas cheias de ironia, psicologia profunda e crítica social.
Machado escreveu romances, contos, crônicas e poesias, mas três livros se destacam como verdadeiros marcos: Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba. Em Dom Casmurro, a dúvida sobre a fidelidade de Capitu virou um dos maiores debates da literatura: quem tem razão, Bentinho ou o leitor? Memórias Póstumas quebra as regras ao ser narrado por um defunto, revelando o absurdo da sociedade do século XIX. Já Quincas Borba mostra o famoso "Humanitismo" como satire dos valores morais da época.
Além desses, as crônicas publicadas em jornais como o Jornal do Commercio trazem humor afiado e observações sobre o cotidiano. Machado sabia usar a linguagem simples para criticar a hipocrisia, a desigualdade e o preconceito que ainda vemos nos dias de hoje.
Primeiro, sua escrita é atemporal. Mesmo com 150 anos de diferença, os personagens lidam com ciúmes, ambições e desilusões que ainda sentimos. Segundo, seu estilo de narrador‑não‑confiável nos faz questionar a verdade, algo essencial numa era de fake news. Por fim, Machado oferece um olhar crítico sobre a formação da identidade brasileira, ajudando a entender como as questões raciais e de classe se desenvolvem até hoje.
Se quiser começar, recomenda‑se ler Memórias Póstumas porque o formato inusitado prende a atenção rapidamente. Depois, vá para Dom Casmurro e descubra por que o “olho de vidro” de Capitu virou símbolo de mistério literário. Para quem curte contos curtos, a coletânea Papéis Avulsos reúne histórias que cabem numa leitura rápida, mas deixam impactos profundos.
Além da leitura, vale conferir adaptações cinematográficas e teatrais. Elas trazem novas interpretações que ajudam a ver o contexto histórico com olhos modernos. E se curtir discutir, participe de grupos de leitura online; tem muita gente compartilhando insights sobre a ironia machadiana.
Em resumo, Machado de Assis não é apenas um clássico; ele é um espelho que reflete nossos próprios dramas. Ler suas obras é abrir uma conversa com quem já viveu o Brasil e ainda fala com a gente. Aproveite para mergulhar nessa jornada literária e descubra por que, depois de tantos anos, ele continua sendo referência para escritores, críticos e leitores de todas as idades.
Exploramos "Papéis Avulsos", uma coletânea de contos de Machado de Assis, destacada no programa "Conexão Senado" em segmentação de dicas de leitura. A obra evidencia o domínio literário do autor através de narrativas que investigam as condições humanas. Uma leitura obrigatória para os apreciadores da literatura brasileira, Machado de Assis revela o cotidiano e a complexidade emocional com perspicácia.