Você já ouviu falar de ciclone extratropical e ficou sem entender nada? Não se preocupe, vamos descomplicar esse assunto. Esse tipo de tempestade costuma aparecer nas latitudes médias, mas pode influenciar o clima de regiões brasileiras, especialmente no sul e no Sudeste. Saber como ele funciona ajuda a prever chuvas fortes, ventos e até risco de alagamentos.
Um ciclone extratropical nasce quando duas massas de ar com temperaturas diferentes se encontram. O ar quente tenta subir, enquanto o ar frio desce, criando uma zona de baixa pressão. Essa rotação, impulsionada pela força de Coriolis, gera ventos intensos e nuvens carregadas de água. Diferente dos ciclones tropicais, que se alimentam do calor do oceano, os extratropicais se intensificam pela diferença de temperatura entre as massas de ar.
O processo costuma acontecer ao longo de frentes frias ou quentes. Quando a frente fria avança, empurra o ar quente para cima, formando nuvens de tempestade. Se as condições de umidade e cisalhamento do vento forem adequadas, a baixa pressão pode evoluir para um ciclone bem estruturado, com um círculo de ventos que circula ao redor da região central.
No Brasil, os ciclones extratropicais são mais frequentes nos estados do Sul, onde o clima temperado favorece a colisão de massas de ar polar e tropical. Eles podem trazer chuvas intensas, ventos de até 100 km/h e até granizo. Esse conjunto de fatores aumenta o risco de deslizamentos, alagamentos e danos a estruturas leves.
Para se proteger, acompanhe as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e dos centros de monitoramento regional. Quando houver alerta de forte vento ou chuvas intensas, verifique a condição de telhados, sacos de areia e calhas. Se for possível, evite deslocamentos desnecessários e mantenha um kit de emergência com lanternas, água e alimentos não perecíveis.
Além das medidas individuais, as prefeituras costumam divulgar rotas de evacuação e pontos de abrigo. Ficar atento às comunicações oficiais pode salvar vidas e reduzir prejuízos. Lembre‑se de que a antecedência faz a diferença: proteger portas e janelas antes da tempestade chegar diminui o risco de vidros quebrados.
Os cientistas apontam que a mudança climática pode tornar esses eventos mais frequentes e intensos, pois o contraste de temperatura entre massas de ar pode aumentar. Por isso, manter um hábito de checar as previsões e entender os sinais simples – como a formação de nuvens em forma de cunha ao horizonte – pode ser um diferencial na sua segurança.
Resumindo, ciclone extratropical é uma tempestade que nasce da interação de ar quente e frio, traz ventos fortes e chuvas pesadas, e pode afetar o sul do Brasil. Monitorar as previsões, reforçar a casa e seguir as orientações das autoridades são passos simples que ajudam a enfrentar esse tipo de clima agressivo sem sustos inesperados.
Em 13 de agosto de 2024, cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte registraram temperaturas recorde de frio devido à chegada de um ciclone extratropical. Em algumas áreas do Rio, a temperatura caiu para 12ºC, enquanto São Paulo e Belo Horizonte registraram 10ºC e 9ºC, respectivamente. Meteorologistas preveem uma breve duração dessa onda de frio, com a volta de temperaturas mais amenas até o fim da semana.