Quando alguém fala de bruxas, a primeira imagem que vem à cabeça costuma ser a da velhinha de chapéu pontudo, voando numa vassoura. Essa visão vem de séculos de histórias, filmes e lendas que misturam medo, poder e um toque de romance. Mas a verdade por trás da palavra "bruxa" é bem mais complexa e, às vezes, bem diferente do que a gente vê nas telonas.
A palavra "bruxa" tem raiz latina ("bruxa") e já aparecia na Idade Média para designar mulheres que eram suspeitas de praticar feitiços. Na época, a medicina ainda era pouca coisa, então todo curativo estranho, toda poção de ervas ou receita de parto era vista com desconfiança. Quando a peste ou a fome chegavam, a culpa era jogada nesses "poderes ocultos".
A caça às bruxas foi o auge desse medo. De 1450 a 1750, milhares de pessoas – principalmente mulheres – foram julgadas, torturadas e executadas por supostos crimes de bruxaria. O que motivava esse processo? Política, rivalidades locais, misoginia e a necessidade de encontrar um bicho-papão para explicar tragédias. Muitos dos registros mostram que confissões eram obtidas sob tortura, então nada era confiável.
Nos folclores de diferentes países, as bruxas assumem papéis variados: na Escandinávia, elas são curandeiras sábias; na América Latina, o jurema e a candomblé misturam a figura da bruxa com a de sacerdotisa. O ponto comum é a ligação com a natureza e o uso de ervas, o que alimentou a ideia de que elas poderiam controlar o clima, curar doenças ou lançar maldições.
Hoje em dia, as bruxas deixaram o medo e ganharam espaço como ícones de empoderamento. Séries como "Charmed", filmes como "Hocus Pocus" e personagens de livros como Hermione Granger transformaram a bruxa em heroína, rebelde ou estudante de magia. Essa mudança reflete uma sociedade que está reavaliando o papel das mulheres e do conhecimento tradicional.
Na moda, as capas pretas, chapéus pontudos e botas de couro aparecem em desfiles que celebram o gothic chic. Nos games, bruxas são chefes, aliadas ou protagonistas, como em "The Witcher" ou "The Blair Witch Project". Cada representação traz um pedacinho da história original, mas temperado com humor, ação ou romance.
Além do entretenimento, o simbolismo da bruxa ainda está vivo nos rituais de autocuidado. Muitas pessoas usam cristais, incensos e “feitiços” como forma de meditação ou para focar objetivos. Não é magia negra, é mais um ritual de intenção – algo que tem raízes na tradição de feiticeiras que ajudavam a comunidade.
Se você tem curiosidade sobre o assunto, vale a pena ler obras como "Malleus Maleficarum" (para entender a mentalidade da Inquisição) ou "O Livro das Bruxas" de Gerald Gardner (para conhecer a wicca moderna). Documentários no YouTube também trazem entrevistas com historiadores que explicam como o medo do desconhecido moldou a história das bruxas.
No fim das contas, as bruxas são um espelho da nossa própria cultura: refletem medos, preconceitos, mas também a busca por poder e conhecimento. Entender essa história ajuda a perceber como lendas podem transformar a realidade e como, às vezes, o que é rotulado como "magia" pode ser apenas conhecimento empoderado.
Então, da próxima vez que você vir uma bruxa nas telas, lembre-se: por trás da capa negra há séculos de história, resistência e, quem sabe, ainda um pouquinho de magia real.
O artigo explora o surgimento das bruxas modernas que dominam plataformas de mídia social como Instagram e TikTok. A comunidade, diversa em origens e idades, promove empoderamento pessoal, amor próprio e espiritualidade, desafiando estereótipos tradicionais. Além de práticas mágicas, estas influenciadoras discutem questões relevantes como ativismo, feminismo e justiça social.