Se você curte surfe ou já ouviu histórias de superação, provavelmente já ouviu o nome Bethany Hamilton. Ela é a jovem que, aos 13 anos, perdeu o braço esquerdo numa mordida de tubarão e, mesmo assim, voltou ao oceano em menos de um mês. A história dela mostra que limites são feitos na cabeça, não no corpo.
Vamos conversar sobre como Bethany chegou onde está, quais lições ela deixa para quem ama o mar e como aplicar esses ensinamentos no dia a dia.
Bethany nasceu em 1990, em Southern California, numa família que adorava ondas. Aprendeu a remar antes de andar, e ainda criança já competia em campeonatos locais. No dia 31 de outubro de 2003, durante uma sessão de treino na ilha de Kauai, o tubarão enorme pegou seu braço esquerdo. Em poucos segundos, tudo mudou: dor, sangue e medo. Mas o primeiro pensamento de Bethany foi “preciso voltar ao surf”.
Com apoio da família e de treinadores, ela começou a se adaptar ao novo jeito de remar e a usar a prancha de forma diferente. Em apenas 30 dias, já estava pegando ondas novamente. O próximo passo foi participar de competições. Em 2005, venceu o campeonato nacional de surf feminino na categoria junior, provando que a deficiência física não era obstáculo para o alto desempenho.
Ao longo dos anos, Bethany acumulou vitórias, ficou em pódios de eventos internacionais e se tornou uma das surfistas mais reconhecidas do mundo. Fora das ondas, escreveu livros, fez palestras motivacionais e atuou em filmes que contam sua história. Cada projeto tem um objetivo claro: mostrar que a coragem pode ser treinada.
Primeiro, a atitude de enfrentar o medo. Quando o tubarão atacou, muitas pessoas teriam desistido. Bethany decidiu que o medo não iria guiá‑la. No surf, o medo aparece toda vez que a onda parece maior que você. A dica é focar na respiração, manter a mente no presente e lembrar que cada queda ensina algo.
Segundo, a importância da adaptação. Perder um braço exigiu novas técnicas de remar e de equilibrar a prancha. No esporte, isso significa estar aberto a mudar a postura, o equipamento ou a estratégia quando algo não funciona. Essa flexibilidade também ajuda na vida profissional e pessoal.Terceiro, a disciplina diária. Bethany treina seis vezes por semana, independentemente do clima. A regularidade cria confiança e faz com que o corpo aprenda a responder ao mar. Se você quer melhorar no surf, reserve horas fixas no calendário, como se fosse um compromisso de trabalho.
Quarto, o poder da comunidade. Família, amigos e treinadores foram essenciais para a recuperação dela. No surf, ter um grupo que te incentiva, corrige e celebra as vitórias faz a jornada mais leve. Não tenha medo de pedir ajuda ou de compartilhar suas dificuldades.
Por fim, a mensagem de que a identidade vai além do físico. Bethany se reconhece como surfista, não como “a surfista que perdeu um braço”. Quando você define seu valor por habilidades, metas e valores, os obstáculos perdem força.
Leve essas lições para a próxima sessão de surf ou para qualquer desafio que surgir. Lembre‑se de que a onda mais difícil pode ser a que te leva ao melhor desempenho.
O filme 'Soul Surfer - Coragem de Viver' será exibido na 'Sessão da Tarde' da Globo nesta terça-feira, 16 de julho. A obra de 2011 retrata a história de superação da surfista Bethany Hamilton, que voltou a surfar após perder um braço em um ataque de tubarão. Bethany elogiou a precisão do filme em mostrar suas experiências reais.