Bebê na UTI: entenda, cuide e acompanhe

Quando seu recém‑nascido é transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, a primeira reação costuma ser medo e confusão. É normal sentir que tudo está fora de controle, mas saber o que acontece ali ajuda a diminuir a ansiedade e a tomar decisões mais acertadas.

A UTI neonatal é um espaço preparado para atender bebês que precisam de monitoramento constante, ventilação mecânica, ou suporte de medicamentos que não podem ser administrados em um quarto comum. Não é um lugar de “pena”, mas sim de tratamento especializado que aumenta muito as chances de sobrevivência e de um bom desenvolvimento futuro.

Por que o bebê pode precisar da UTI?

Existem várias situações que levam a internação de um recém‑nascido na UTI. As mais comuns são:

• Prematuridade: bebês nascidos antes de 37 semanas de gestação costumam ter pulmões ainda imaturos e precisam de auxílio para respirar.
• Infecções graves: como sepse ou meningite, que exigem antibióticos intravenosos e monitoramento rigoroso.
• Problemas cardíacos: defeitos congênitos que necessitam de intervenções imediatas ou suporte de pressão arterial.
• Baixo peso ao nascer: menos de 2.500 g pode implicar em dificuldades térmicas, hipoglicemia e necessidade de nutrição por sondas.
• Dificuldades respiratórias: como síndrome do desconforto respiratório ou aspiração de líquido amniótico.

Em todos esses casos, a equipe da UTI tem equipamentos como incubadoras, ventiladores, monitores de oxigênio e suporte nutricional por via intravenosa. Cada bebê recebe um plano de cuidados individualizado, com médicos neonatologistas, enfermeiros especializados e fisioterapeutas.

Como apoiar seu filho e lidar com a situação

Estar ao lado do seu bebê, mesmo que à distância da incubadora, faz diferença. Aqui vão algumas dicas práticas que ajudam a reduzir o estresse tanto dos pais quanto da criança:

• Visite sempre que puder: as unidades permitem visitas curtas e frequentes. O contato visual, o toque suave na mão ou o cheiro da mamãe trazem conforto ao bebê.
• Faça a higiene das mãos: siga à risca as normas da UTI para evitar contaminação. Use álcool em gel antes de entrar e retire sapatos ou objetos que possam levar germes.
• Peça explicações claras: não hesite em perguntar ao médico ou à enfermeira sobre cada procedimento, medicamentos e expectativas de evolução.
• Registre os momentos: fotos ou vídeos curtos (quando permitido) ajudam a criar memórias e a aliviar a sensação de impotência.
• Cuide de si mesmo: durma, alimente-se bem e procure apoio psicológico ou grupos de pais que já passaram por isso. Você precisa estar forte para sustentar o bebê.

Além disso, participe das decisões de alimentação. Em muitos casos, a amamentação pode ser mantida mesmo que o bebê esteja em suporte, através de leite materno extraído e administrado por sonda. Essa prática traz benefícios imunológicos e emocionais.

Lembre‑se de que a maioria dos bebês que chegam à UTI neonatal sai com boa qualidade de vida. O acompanhamento pós‑alta costuma incluir consultas regulares, avaliações de desenvolvimento e, se necessário, terapias de fisioterapia ou fonoaudiologia.

Se ainda houver dúvidas, anote tudo e converse nas próximas rondas. A equipe está lá para garantir que seu bebê receba o melhor tratamento possível, e sua participação ativa só fortalece esse objetivo.