
Em 1988, a novela *Vale Tudo* prendeu a atenção de milhões de brasileiros ao apresentar o intrigante mistério em torno da morte de Odete Roitman. Conhecida por sua personalidade manipuladora, Odete tornou-se um ícone da cultura pop do país, desencadeando teorias e discussões entre os telespectadores em uma época em que a Internet ainda estava distante do fenômeno atual das redes sociais.
A genialidade por trás do sucesso da novela não estava apenas na narrativa envolvente, mas também na estratégia inovadora da equipe de produção. Para manter o grande segredo do verdadeiro assassino de Odete, eles decidiram gravar cinco finais alternativos. A verdadeira culpada, Leila, ex-esposa de Marco Aurélio, foi desmascarada apenas ao vivo no dia 24 de dezembro de 1988. Leila atirou acidentalmente em Odete ao tentar atingir Maria de Fátima, a amante de Marco.
Essa abordagem sigilosa valeu a pena, pois o episódio final atingiu um impressionante índice de audiência de 81 pontos no IBOPE, consagrando-se como um dos programas mais assistidos da televisão brasileira. A técnica fez história e até hoje é lembrada como uma jogada ousada na indústria do entretenimento.
No entanto, *Vale Tudo* não navegou em águas calmas. A novela enfrentou desafios de censura, especialmente pelas suas temáticas LGBTQ+ e diálogos explícitos. Muitas dessas partes foram substituídas ou adaptadas, mas isso não impediu que a obra alcançasse grande aclamação crítica. Em 1988, a novela recebeu prêmios importantes, como Melhor Novela, Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante no Prêmio APCA de Televisão.
Anos depois, em 2016, a revista *Veja* homenageou a novela, colocando-a na lista das maiores produções do Brasil ao lado de *Avenida Brasil*. A força da história é tamanha que uma nova versão está programada para estrear em 2025. O remake promete resgatar a tensão e os conflitos cruciais da trama original, agora ambientados em Foz do Iguaçu, oferecendo aos novos e antigos fãs uma oportunidade de reviver esse clássico da teledramaturgia brasileira.