
Ex-Flamengo fazem campanha por Jorge Jesus na Seleção
Pouca gente balançou tanto o futebol brasileiro nos últimos anos quanto Jorge Jesus. Mesmo depois de deixar o Flamengo, o nome do português segue forte em cada debate sobre novos rumos técnicos para a Seleção Brasileira. Agora, com a saída recente de Dorival Júnior, uma nova onda de apoio ganha força, vinda justamente de quem já viveu de perto o trabalho detalhista do Mister: ex-jogadores do Flamengo.
Júlio César, com passagens marcantes por Flamengo, Inter de Milão e Benfica, não economizou nos elogios. Segundo ele, Jesus respira futebol 24 horas por dia. E não é força de expressão, não — quem trabalhou diretamente com o treinador relata que a rotina é intensa: vídeos, análise individual de adversários, cobrança por evolução técnica, disciplina rígida e um olho atento aos mínimos detalhes nos treinos. Júlio César lembra como, mesmo diante dos holofotes, o português se mantinha obcecado pelo desempenho coletivo e pelo desenvolvimento tático da equipe.
Outro a engrossar o coro foi Dedé. Mesmo sendo conhecido principalmente pelos anos de Vasco e Cruzeiro, Dedé revelou a admiração por Jesus ao destacar que, sob comando do português, não existiam “cadeiras cativas” para ninguém no time titular do Flamengo. O argumento de Dedé é simples e direto ao ponto: o Mister conquistou o elenco flamenguista justamente pela meritocracia e pela exigência de respeito absoluto a regras e processos. Segundo ele, até nomes consagrados precisavam mostrar rendimento fase a fase, treino a treino.
Zico prefere Ancelotti, mas bastidores favorecem Jesus
Nem todo mundo, porém, está convencido de que Jorge Jesus é a melhor opção. Zico, maior ídolo da história do Flamengo, soltou um ponto de vista diferente. Para Zico, o italiano Carlo Ancelotti seria a escolha mais certeira por um motivo prático: experiência de sobra com brasileiros e título nos quatro cantos da Europa. Zico, inclusive, vê em Ancelotti uma postura de liderança que poderia encantar o elenco nacional — algo que, para ele, ainda é uma incógnita com Jorge Jesus vestindo amarelo.
Fato é que a cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nunca esteve tão inclinada a buscar um estrangeiro. A pressão por resultados e a instabilidade recente na Seleção abriram espaço para técnicos com experiência fora do eixo brasileiro. Ao que tudo indica, o Mister largou na frente nessa corrida: seu nome é sempre um dos mais citados internamente e, nos bastidores, sua chegada é vista como uma forma de resgatar identidade coletiva e, claro, a disciplina tática que atraiu os jogadores no Flamengo.
Quem vê de perto garante: o estilo durão de Jorge Jesus pode chocar de cara, mas ele oferece um ambiente competitivo, onde todo mundo tem chances desde que entregue em campo. E, diante da necessidade urgente de recolocar a Seleção nos trilhos após resultados questionáveis, essa mistura de disciplina, dedicação e ousadia pode ser justamente o que o torcedor pede. Cabe agora à CBF decidir se essa aposta ousada vai, de fato, se transformar em realidade.