
Suspensão e justificativa da Disney
Na segunda‑feira, 23 de setembro de 2025, a Walt Disney Company comunicou que Jimmy Kimmel voltaria ao ar com seu programa "Jimmy Kimmel Live!". A decisão segue a suspensão anunciada em 17 de setembro, quando a emissora ABC interrompeu a produção indefinidamente após o apresentador fazer observações sobre a morte do ativista conservador Charlie Kirk. Em nota oficial, a Disney explicou que as palavras foram consideradas "mal‑cronologizadas e insensíveis" em um momento de grande carga emocional para o país.
Segundo o comunicado, a empresa dedicou os dias seguintes a "conversas cuidadosas" com Kimmel, avaliando o impacto das declarações e a necessidade de preservar a credibilidade da rede. Ao final desses diálogos, a diretoria concluiu que o programa poderia retomar suas atividades a partir da terça‑feira, 24 de setembro.

Reações e desdobramentos políticos
A suspensão rapidamente se transformou em ponto de convergência de críticas e apoio. Entre os que exigiram medidas mais severas estavam figuras conservadoras que pediam a demissão do apresentador. A proposta de que a Federal Communications Commission (FCC) poderia intervir também foi citada em alguns meios de comunicação, embora não tenha avançado para ações formais.
O ex‑presidente Donald Trump não tardou a se manifestar nas redes sociais, acusando a ABC de "fake news" e questionando a competência de Kimmel como humorista. "Não acredito que a ABC devolveu o emprego a alguém que falha tanto e não tem graça alguma", escreveu o ex‑mandatário, gerando ainda mais atenção ao caso.
Por outro lado, vários colegas do ramo de talk shows, como Seth Meyers e Jimmy Fallon, enviaram mensagens de apoio ao apresentador durante o período de suspensão. Muitos destacaram a importância da liberdade de expressão e o risco de censura pré‑emptiva em ambientes de alta polarização.
- Pressão de grupos conservadores por punição ao apresentador.
- Possibilidade de intervenção da FCC, citada sem ação concreta.
- Críticas públicas de Donald Trump nas redes sociais.
- Manifestação de apoio de apresentadores da mesma faixa horária.
- Reação do público: divisão entre seguidores que defendem a liberdade criativa e críticos que consideram as falas inadequadas.
O episódio ressalta a delicada tarefa que as grandes redes de televisão enfrentam ao equilibrar criatividade artística e sensibilidade política. Quando um programa de entretenimento toca em temas controversos, a linha entre humor e ofensa pode se tornar tênue, principalmente em um cenário midiático cada vez mais fragmentado.
Ao retornar, Kimmel dedicou seu monólogo de abertura a agradecer o apoio recebido e a reconhecer a responsabilidade de quem tem voz pública. Ele enfatizou que pretende continuar abordando assuntos relevantes, mas com maior atenção ao timing e ao contexto, buscando evitar novos atritos.
O caso ainda deve ser monitorado, pois poderá influenciar futuras decisões de redes sobre intervenções em conteúdo ao vivo, sobretudo em tempos de alta polarização política nos Estados Unidos.