out, 12 2025
Um terremoto de magnitude 7,5 abalou o Pasaje de Drake na noite de 21 de agosto, despertando alertas de tsunami tanto nas costas do Chile quanto na base antártica chilena.
O epicentro foi localizado a 258 km ao nordeste da Base Presidente Eduardo Frei Montalva, na ilha Rey Jorge, a apenas 10 km de profundidade, segundo o Centro Sismológico de Chile.
Imediatamente, o Servicio Hidrográfico y Oceanográfico de la Armada de Chile (SHOA) declarou estado de precaução e o Servicio Nacional de Prevención y Respuesta ante Desastres (SENAPRED) requisitou a evacuação das áreas costeiras das bases Prat e O'Higgins.
Contexto sísmico da região do Drake Passage
A passagem de Drake, estreito entre a Patagônia e a Antártida, é uma das zonas de convergência tectônica mais ativas do planeta. As placas Scotia e Antártica colidem a uma taxa de cerca de 6 cm por ano, gerando frequentes tremores que, embora geralmente de baixa magnitude, podem se transformar em eventos devastadores quando a energia se liberta num ponto fraco da falha.
Nos últimos 30 anos, foram registrados 12 sismos acima de magnitude 6,0 na região, com epicentros distribuídos entre 200 km a 350 km das bases de pesquisa chilenas. O último grande movimento antes de agosto foi o de 2 maio de 2025, magnitude 7,4, que também atingiu a profundidade de 10 km e causou ondas de até 0,3 m nas costas de Puerto Williams.
Detalhes do terremoto de 21 de agosto de 2025
O sismo ocorreu às 22:16 hora local (02:16 GMT) e foi inicialmente registrado pelo United States Geological Survey (USGS) com magnitude 8,0. Uma revisão posterior, feita com base em dados de mais de 30 estações sísmicas, baixou o número para 7,5, já que a energia liberada foi distribuída em múltiplas frentes de ruptura.
Segundo o Servicio Hidrográfico y Oceanográfico de la Armada de Chile (SHOA), o tremor foi sentido com intensidade VI na cidade de Punta Arenas e com intensidade V nas ilhas da Antártida. A profundidade rasa de 10 km aumentou o risco de geração de tsunami, motivo pelo qual as autoridades acionaram o sistema de alerta imediatamente.
O USGS divulgou que a energia liberada equivalia a aproximadamente 2,1 × 10¹⁹ joules, o que corresponde a cerca de 5 milhões de toneladas de TNT. Esse valor está entre os maiores já registrados no extremo sul da América do Sul.
Reações das autoridades chilenas
Às 22:30, o SHOA publicou um comunicado oficial declarando “Estado de Precaución” para o território antártico chileno e solicitando que todo o pessoal nas bases Prat e O'Higgins se recolhesse às áreas de abrigo designadas.
O SENAPRED utilizou seu canal no Twitter (@Senapred) para divulgar a mensagem: “SHOA ha establecido Estado de Precaución para el territorio antártico. En atención a lo anterior, SENAPRED solicita abandonar zona de playa en territorio antártico”. A publicação gerou mais de 4 mil retweets e foi acompanhada por um alerta no aplicativo SAE (Sistema de Alerta de Emergência).
Por volta das 23:45, após analisar as medições das bóias oceânicas, o SHOA concluiu que o tsunami potencial seria inferior a 0,2 m, insuficiente para causar danos. Assim, às 02:10 do dia 22 de agosto, o alerta de tsunami foi cancelado e o “Estado de Precaución” revogado.
Impactos nas bases antárticas e na Região de Magallanes
Felizmente, nenhuma das instalações da Base Presidente Eduardo Frei Montalva, nem das bases Prat e O'Higgins, registrou danos estruturais. As equipes de pesquisa relataram apenas vibrações fortes, comparáveis a “um ônibus passando ao lado” da estação.
Na Região de Magallanes, o sismo foi sentido em Punta Arenas, onde moradores relataram luzes piscando e portas batendo. Não houve feridos, mas 12 casas sofreram pequenas fissuras nas paredes, que foram avaliadas pelo Corpo de Bombeiros da região.
O número de pessoal presente nas bases antárticas naquele momento era de 127 cientistas e militares, dos quais 35 foram evacuados para áreas internas como medida de precaução. Todos retornaram às suas áreas de trabalho após a revogação do alerta, sem necessidade de assistência médica.
Lições e perspectivas para o monitoramento sísmico
Os eventos de 2025 reforçaram a importância dos sistemas de vigilância sísmica instalados nas bases da Antártida. O Chile, em conjunto com o Programa Antártico Chileno, instalou recentemente três novos sensores de alta sensibilidade na ilha Rei Jorge, capazes de detectar tremores a partir de magnitude 3,0.
Especialistas da Universidade de Concepción, representados pelo professor Dr. Carlos Méndez, afirmam que “a rapidez na comunicação entre o SHOA, o USGS e as bases de pesquisa demonstra que a cooperação internacional está evoluindo para o modelo de resposta em tempo real”.
Além disso, a experiência prática com o alerta de tsunami permite aprimorar os protocolos de evacuação. O próximo passo, segundo o próprio SHOA, é integrar drones de medição de elevação de ondas nas áreas costeiras das bases, reduzindo ainda mais o tempo de reação a futuros eventos.
- Magnitude: 7,5 (revisado)
- Profundidade: 10 km
- Epicentro: 258 km NE da Base Presidente Eduardo Frei Montalva
- Alerta de tsunami: emitido às 22:30, cancelado às 02:10
- Sem danos materiais reportados nas bases antárticas
Perguntas Frequentes
Como o terremoto de 21 de agosto afetou as bases científicas na Antártida?
Nenhuma das bases sofreu danos estruturais. 127 pessoas estavam em campo; 35 foram evacuadas temporariamente, mas retornaram ao trabalho após a revogação do alerta de tsunami.
Por que a magnitude foi revisada de 8,0 para 7,5?
A revisão decorreu da análise conjunta de mais de 30 estações sísmicas que mostraram que a energia estava distribuída em múltiplas frentes de ruptura, reduzindo o valor final.
Quais foram as principais medidas tomadas pelo SHOA e SENAPRED?
Emitiram estado de precaução, acionaram o Sistema de Alerta de Emergência (SAE), solicitaram a evacuação das áreas costeiras das bases Prat e O’Higgins e monitoraram as bóias oceânicas para validar o risco de tsunami.
Qual a relação entre as placas Scotia e Antártica e esses sismos?
A convergência entre as placas gera compressão e ruptura ao longo da falha do Pasaje de Drake, sendo responsável pelos sismos de magnitudes superiores a 7,0 que ocorrem nesta região.
O que muda no monitoramento sísmico após esse evento?
São instalados novos sensores de alta sensibilidade na ilha Rey Jorge e planejado o uso de drones para medir elevações de ondas, aumentando a rapidez e a precisão das respostas a futuros terremotos.
Bárbara Dias
outubro 12, 2025 AT 04:07É evidente, sem grande dificuldade, que o Pasaje de Drake se mostra um palco de magnitude sísmica incomum; os números aqui apresentados revelam a complexidade tectônica que poucos realmente compreendem.
Gustavo Tavares
outubro 15, 2025 AT 06:46Olha só, gente, a notícia tem tudo pra virar novela, né? Um sismo de 7,5 na Antártida, e a gente ainda tem que lidar com alertas de tsunami que mais parecem avisos de festa. A hipocrisia dos governos não tem limites: anunciam o "estado de precaução" como se fosse cerimônia religiosa e depois cancelam como se nada tivesse acontecido. Ainda bem que ninguém morreu, mas a moral da história é que o planeta grita e a gente só presta atenção quando a água bate na porta. Que drama, viu?
Jaqueline Dias
outubro 18, 2025 AT 18:06Caríssimos, devo dizer que o relatório está, de fato, bastante informativo e bem estruturado. Contudo, me preocupa a aparente falta de ênfase nos protocolos de evacuação nas bases, que são cruciais em situações como esta. Se me permitem, sugiro que reforcem essa parte nas próximas divulgações para que todos estejam mais bem preparados.
Raphael Mauricio
outubro 22, 2025 AT 05:26Realmente, a tensão no ar ganhou o tom de um filme de suspense.
Heitor Martins
outubro 25, 2025 AT 16:46Ah, que surpresa incrível, né? Mais um terremoto e a galera já tá todo mundo em modo “apocalipse now”. Mas olha, vamos combinar: se o SHOA tem tecnologia pra isso, o resto do mundo devia pegar a dica, né? Só não vai ter 0,2m de tsunami, então pode relaxar… ou não, vai saber.
Gustavo Manzalli
outubro 29, 2025 AT 04:06Claramente, o incidente evidencia um ponto crítico: a necessidade de integração de sensores de alta sensibilidade. É imperativo que a comunidade científica amplie a rede de monitoramento, pois a falta de dados granulares pode comprometer respostas futuras. Em suma, a ciência avança quando todos colaboram, não quando cada nação tenta salvar a própria pele.
Pedro Grossi
novembro 1, 2025 AT 15:26Excelente cobertura! Destaco a importância de manter a calma e seguir as orientações das autoridades. Lembrem‑se de sempre ter um kit de emergência e conhecer as rotas de evacuação. Continuemos vigilantes e solidários.
sathira silva
novembro 5, 2025 AT 02:46De fato, a resposta rápida demonstra o compromisso das equipes, mas ainda há espaço para aprimoramentos dramáticos! Imaginem drones sobrevoando a costa, medindo ondas em tempo real – seria como um filme de ficção científica, porém com vida real acontecendo.
yara qhtani
novembro 8, 2025 AT 14:06Observando o cenário, aplicamos um framework de resposta de incidentes, alinhado ao padrão ISO/IEC 27001, garantindo a governança de dados críticos. A integração de protocolos de comunicação interagencial eleva a resiliência operacional, mitigando efeitos colaterais sistêmicos.